quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Um Ipê roxo

O que um Ipê roxo e a Lu têm em comum?
Eu gosto de roxo. E eu gosto de Ipês. Acho que o ipê roxo também gosta de roxo. E aposto que ele gosta de ser um Ipê. Eu, se pudesse escolher ser uma árvore, seria um Ipê roxo (não sei se ele, se pudesse escolher seria uma Luíza, mas desconfio que...talvez!)

Eu moro em uma rua que se chama "Rua do Ipê roxo". Mas o legal é que não tem um só, mas vários. E tem alguns deles que são rosas, e não roxos, mas é uma diferença quase imperceptível. Eu e minha mãe demoramos alguns anos pra perceber, já que, apesar de florescerem em junho e julho, só teve um ano que eles floresceram todos os juntos, o que permitiu que víssemos a sutil diferença.

Os ipês roxos trazem uma alegria surreal na minha vida. Eu, particularmente, não tenho o inverno no topo da lista das estações favoritas, assim, os ipês fazem com que junho e julho sejam meses mais coloridos (pessoas coloridas como eu precisam de cor para ficarem felizes). Então, em geral, quando estou totalmente alienada ao mundo no fim do semestre, mega enlouquecida, eu olho pra cima (ou pra baixo) em um momento aleatório e de repente me deparo com milhares de flores roxas/rosas em meu caminho.

Ai eu até levanto da cama feliz, só pra olhar pela janela. Ai eu sorrio ao olhar para o céu e ver o contraste do roxo com o azul. Ai fico maravilhada quando eu vejo o céu azul escuro, pontilhado de estrelas com as flores em primeiro plano. Ai pulo de alegria (literalmente) quando vejo o tapete de flores que se estende em minha frente, como se fosse feito especialmente para mim. Ai imagino a cena de meu casamento, com flores de ipê roxo no meu buquê (minha mãe diz que vai ter que ser o galho do Ipê, por que não tem como fazer um buquê com as flores).

Mas bem, como tudo na vida é temporário, as flores caem, os ipês voltam a ficar sem flores, e aquele espetáculo roxo acaba. As flores secam no chão e se tornam uma visão mórbida e abandonada. Agora, estou curtindo as últimas flores deste ano, que são esparsas e solitárias em seus ipês...

Porém, voltemos ao que a Lu e o Ipê Roxo têm em comum. Nós vivemos de ciclos. Como os ipês, passo pelas 4 estações da vida. Eles em um ano, eu em muitos. Floresço todos os dias e espero viver para mais um ano de flores roxas em meu caminho.

2 comentários:

  1. Esse foi um dos textos mais sublimes que já li. Congratz! =)

    ResponderExcluir
  2. Sua prosa é pura poesia!!!
    Sensacional!!!

    ResponderExcluir