segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Lendo "O retorno do Jovem Príncipe"

"Quando somos jovens, saímos pelo mundo, um mundo muito diferente daquele onde vivíamos com nossos pais - pelo menos para os felizardos entre nós que ouviram contos de fadas e histórias de príncipes e castelos encantados. Então, começamos a encontrar egoísmo, incompreensão, agressividade e falsidade. Tentamos nos defender e preservar nossa inocência, mas a injustiça, a violência a superficialidade e a falta de amor continuam a nos assombrar. E nosso espírito, em vez de espalhar luz e felicidade ao redor, começa a se recolher e se ocultar no fundo de nós. E chega o momento em que o mundo com o qual sonhamos em nossa juventude começa a tremer diante do avanço implacável da realidade.

Existem aqueles que, neste ponto, descartam seu tesouro de sonhos e ancoram suas vidas na segurança ilusória do pensamento racional. Viram indivíduos sérios, que adoram números e rotinas, que por sua vez, lhes dão uma aparente segurança. Entretanto, como a segurança nunca é abrangente, eles jamais conseguem ser felizes. Então começam a acumular possses, mas sempre há algo faltando. Possuir coisas não os torna felizes, pois os afasta da simples existência"

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Lendo "Um farol no pampa"

"Era um dia de inverno, pesado e úmido; estávamos todos lá, eu e meu irmão Antônio, e minha tia D. Ana, que talvez fosse a única criatura realmente viva naquela manhã cinzenta e acabrunhada - porque D. Ana tinha um sonho que crescia nas franjas de sua lagoa: o farol; e quem tem um sonho, ah, este vive, sim senhor; todo o resto não passa de retórica ou falácia religiosa, pois creio eu, después de tudo que já vi, que são os sonhos, tal alavancas invisíveis, que nos empurram para a frente, rumo à floresta de dias ainda não vividos.

Ai, com o tempo me veio esta mania de fugir do assunto, e aqui retomo minha narrativa, aqui esqueço o sonho - eu que sonhei a vida inteira,eu, aquela que adentrou a floresta e se perdeu para sempre em seu coração úmido e verde."

(Cartas de Manuela, a eterna noiva de Giuseppe Garibaldi)

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Como não matar uma barata

Estava eu, toda serelepe e saltitante quando avisto uma barata passar correndo por mim. Instintivamente, grito. Não sei se ela escuta o grito, mas ela definitivamente corre mais rápido.

-"O que foi?" grita minha mãe.
-"Mãããããe, uma barata!! Traz o veneno!!"
-"Tá, fica de olho nela".

Odeio quando ela diz isso. É óbvio que não tem como ficar de olho na barata. Ela não fica parada, e na primeira oportunidade, sai de vista. Então, a barata sai correndo, e eu correndo atrás dela.
No meio da perseguição de vida e morte, grito:

-"Rápidooo mããããe!"

Mas ai a coisa sai de controle. Meio sem saber como, pulo em cima da vítima gritando:
-"Morre! Morre!Sua filha da puta" e chineleio ela.

Ai, dou dois passos para trás e observo. Eita bicho difícil de matar. Ela fica lá andando que nem barata tonta, literalmente, e para.

Fico de tocaia, pronta para atacá-la novamente, caso seja necessário.
Ai minha mãe chega com o veneno na mão, olha a barata destripada, aquele caldo verde em volta, ela ainda mexendo aquelas patas nojentas, me dá o veneno e me manda completar o serviço, mas não fica para ver.

Ai eu jogo um pouco do veneno e observo.
Finalmente, ela vira com as patas para cima, e estrebucha.
Mas a desgraçada continua mexendo as patas... recolho o cadáver com a pazinha de lixo, e o carrego bem longe do meu corpo, com o braço esticado, pronta para jogar longe se a barata voltar a vida repentinamente (o que não é raro de acontecer), e jogo o bicho semi-morto na privada.

Dou a descarga com uma atitude trinfuante! Venci! Ahá!

Mas quando deito na cama, fico com medo de outras virem se vingar durante a madrugada..

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

E se?

E se você fizesse tudo que quer?

E se você parasse de seguir regras?

E se você tivesse total controle da sua vida?

E se você tomasse as decisões na hora certa?

E se você nunca perdesse uma oportunidade?

E se a nossa vida não fosse marcada por tantos e se?