terça-feira, 16 de outubro de 2012

(Des) controle

Eu sou daquelas organizadas ao extremo. Adoro prazos, listas de coisas a fazer, compromissos, agenda, reuniões. Mas, chega uma hora em que não dá pra controlar tudo. No começo, rola um desespero básico. Você se sente incompetente, inútil. Tenta apertar a agenda, fazer caber mais coisas. Marca mais coisas, só para sentir que está no controle. Doce ilusão: não adianta. Ai, você se frustra mais ainda, pois esquece, cancela, os outros desmarcam.

Ai vem a segunda fase. A da aceitação. Ok, sou inútil mesmo, a vida é injusta, alguém acelerou os relógios. Então você decide não fazer mais nada mesmo, não marcar mais reuniões,  não se mexer. Aceita o que dá, não se estressa com o que não dá. O mundo é injusto mesmo, e como não é a meu favor, fico aqui, de bico. De mal-humor, esperando a vontade chegar.

Mas, para quem é muito organizado, esta fase dura pouco. Logo, chega a vontade de voltar pro crime. Reassumir o controle. As 'to-do-lists' voltam, os compromissos também. Os projetos que estavam parados voltam a rodar, e o ânimo para organizar tudo e voltar a ter uma rotina reacende. E esta é a parte mais divertida da história. Afinal, não importa o quão inútil você se sentia até agora. A partir de hoje, vai ser diferente.

sábado, 13 de outubro de 2012

Breaking free

Soltar as amarras. Cortar as cortas. Deixar ir. Libertar. Break free. Ir embora. Dizer adeus. Virar as costas. Aceitar o fim. Soltar. Libertar-se. Tirar o peso. Sair. Abrir mão. Seguir em frente. Escolher seguir em frente.

Desapegar. Ter novos rumos. Definir próximos passos. Dar a volta por cima. Bolar projetos. Continuar a viagem. Seguir em frente. Buscar novos horizontes. Ir adiante.


quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Da série "bilhetes de despedida"


Meu amor:

Aliás, será que ainda devo te chamar de 'meu amor'?.
O tempo passa, e a cada dia, sinto menos saudades.
Alterno dias de liberdade com dias de intensa insegurança.
Mas sei que isso passa. Há de passar.
E como uma ferida aberta, cicatriza aos poucos.
Talvez mais devagar do que deveria, mas cura.

E com esta cura, vem um outro sentimento: a esperança.
Esperança de um novo dia, um novo começo, um novo amor.
Novas experiências, novos planos.
E a saudade já não parece tão grande quando se consegue perceber que há um futuro promissor pela frente.
A dor, passa. A memória, aos poucos esquece o sofrimento.
E quando ele acabar, tenho a certeza de que a felicidade volta.
No início, um pouco tímida.
Porém, aos poucos, ela ficará intensa e se tornará tão óbvia, que aquecerá como o sol.

E quando este dia chegar, tenho que certeza de que estarei pronta.
Estarei aberta para aproveitar cada experiência, com direito a tudo que a vida quiser.



segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Banho de chuva

O barulho da chuva é reconfortante. Olho para fora e a vejo lavar tudo. Ela dissipa preocupações, traz nova vida, revigora o dia. Leva com sua água minhas preocupações, inseguranças e medos. Só de contemplá-la caindo, minha ansiedade passa.

É uma chuva forte, daquelas que dá vontade de tomar um banho, apará-la com a língua, dançar, sendo atingida por todos os pingos. A alegria que sinto quando ela toca meu corpo é indescritível. Cada pingo me faz arrepiar, me sentir viva. O cheiro da chuva misturada com a terra molhada me faz voltar às origens, me sentir livre.

E o melhor de tudo é saber que, após a chuva, virá um novo começo. O sol tornará a brilhar, os pássaros voltarão para a Amoreira, e com, sorte, ainda terei um arco-íris.