sábado, 25 de dezembro de 2010

Observando pessoas

Reparo, pela primeira vez, em minha colega de sala que senta ao lado:

Tímida. Sorriso envolvente. Jeito recatado. Quando fala, usa palavras de amor para falar de amizade, e palavras tristes para falar de amor. Tem pais carinhosos. Senta de pernas cruzadas e pensa na aula que tem à noite. Não deve ter feito o trabalho. Talvez tenha prova. Olha para os lados. Tem cabelos castanhos. Esqueceu em casa seus óculos.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Post de Natal

Ontem estava circulando pelo shopping quando parei em frente a vitrine de uma loja. Não foram as roupas que me chamaram atenção, mas sim um presépio, montadinho no chão. As figuras eram grandes, em biscuit, muito bonitinho.

Eu ainda estava lá olhando quando passou um pai com uma filha de uns 4 anos. Ai ele parou em frente a vitrine, ajoelhou no chão - ao lado da filha - e disse "olha filha! O presépio! Olha que bonito: esta é Maria, este é José...ali estão os três reis magos e aquele é o menino Jesus..." e asssim foi apresentando um a um os personagens do presépio.

Eu achei aquela cena tão rara, muito bonita. Pela primeira vez no shopping, em que existem todos aqueles enfeites de Natal, árvores, presentes, ursos e coisas coloridas, que enchem os olhos de crianças - e adultos, diga-se de passagem - além de um bom velhinho vestido de Papai Noel, vi um pai parar em frente a um simples presépio e mostra à filha como aquilo é mais interessante do que todo o resto. Isso mostra que algumas pessoas ainda se lembram do aniversariante no Natal =]

Enfim, Feliz Natal para todos!

*Até a Lu queria tirar foto com o Papai Noel este ano, e olha que ela já passou um pouquinho da idade!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Declaração de amor

Eu já escrevi em outro post que sou viciada em Hq´s. Entre as minhas favoritas estão Calvin e Haroldo e Snoopy. Esta é uma das mais bonitinhas do Snoopy =]
A qualidade não está mto boa, mas dá para ler clicando em cima!


domingo, 12 de dezembro de 2010

Redescobrindo o armário

Eu quase nunca assisto TV, mas adoro aqueles reality shows que transformam as pessoas como "Esquadrão da Moda", "10 anos mais jovem", "Perder para ganhar" e etc, que fazem a pessoa melhorar sua aparência, resultando em uma mudança geral na vida delas.

Eu sempre quis participar de algo assim, então resolvi convidar uma amiga, que entende mto de moda para me dar uma mãozinha. O meu objetivo, já que passei dos 22 anos de idade, é aparentar a minha idade, o que é um desafio grande, já que em geral não me dão mais de 16 ou 17 anos, além de perguntarem frequentemente se sou caloura.

Assim, ela postou sobre isso no blog dela.
http://blogdayasmine.wordpress.com/2010/12/11/436/#comment-358

Enjoy it =]

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Conversas Paralelas

Uma das coisas mais interessantes de se fazer ao andar de transporte público é observar as pessoas: o jeito como se vestem, como agem e principalmente sobre o que conversam. Algumas estão alienadas ao que se passa ao redor: vão lendo, dormindo ou ouvindo música, mas os alvos mais interessantes são os que conversam. Alguns falam alto, baixo, gritando, sussurrando, com desconhecidos, com conhecidos, com amigos. Mas que necessidade toda de falar é essa?

É engraçado por que alguns agem como se só a pessoa com quem conversam estivesse ouvindo o teor (às vezes absurdo) deste bate-papo com prazo para acabar, e não o ônibus inteiro. Outros contam sua vida inteira para alguém que acabaram de conhecer, tornam-se melhores amigos instantaneamente, trocam endereços nas redes sociais. “Você tem orkut?” ou “Você tem twitter?” são cantadas e maneiras educadas de se encerrar uma conversa. Se você está interessado, é a chance de voltar a conversar com aquela pessoa. Se não está, é uma desculpa para não dar seu telefone. Mas pelo amor de deus, por que você acha que a criatura que pega ônibus com você é a pessoa da sua vida?

Tem também sempre aquelas meninas mais escandalosas que falam do que aprontaram no fim-de-semana: “Amiga, você nem sabe!” e descorrem sobre uma lista de barbaridades, imprópria para menores, que deixa todas as velhinhas que estão por perto de cabelo em pé e todos os garotos com cara de “hm, interessante”.

Além delas, sempre tem os pré-adolescentes na saída da escola, que enlouquecem a todos, e tiram o cobrador do sério. Gritam, xingam, sentam no meio do caminho e também na porta, obrigando os que querem sair a pular por cima deles, mesmo estando com vontade de chutá-los para fora.

E para completar o caos sobre rodas, não raro se vê um casal, lá pelos seus 17 anos, que passa o trajeto todo...bem...namorando. Parece que o mundo vai acabar se eles se soltarem só um pouquinho, nem que seja para respirar - ou conversar - que é o que menos fazem.

Mas o pior de tudo é quando algum faminto-sem-noção abre um pacote de qualquer coisa que infesta o ônibus inteiro em 3 segundos. Ai você é obrigado a passar o resto do trajeto cheirando frango assado, doritos ou até um sanduíche de mortadela.

Enfim, se você se identificou com qualquer uma das situações acima, da próxima vez que estiver em um Mercedes Azul ou verde, com mais 50 pessoas, um motorista e um cobrador, não aja como se estivesse sozinho.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Dias molhados

Pergunta: quantos gurda-chuvas você já perdeu? E quantos você já achou? Resposta: você já perdeu milhares, mas nunca achou nenhum dando sopa por aí. Mas então, onde vão parar todos os guarda-chuvas perdidos? Essa é uma daquelas perguntas sem resposta tipo “por que o céu é azul?”, “quem veio primeiro, o ovo ou a galinha?” e “há vida em outros planetas?”.

Mas tem algumas coisas típicas de dias de chuva. Por exemplo, quando você tem um guarda-chuva, não chove. Quando você não tem, chove - torrencialmente. E se você for comprar quando precisa, ele custa três vezes mais - ou quatro. E são altamente disputados. É a tal da lei da oferta e da procura. Ele nem é bonito, mas vende que nem pão quente. É preto e só vai durar aquele temporal. Mas nem adianta discutir, você vai comprá-lo como se fosse lindo, e vai pagar o preço de um importado.

Outra coisa incrível é o fato de só chover enquanto você está a pé (sem guarda-chuva, obviamente), indo de um lugar a outro. Antes de você sair e logo depois que você chegar, a chuva para. Parece situação de desenho animado, em que uma nuvenzinha fica em cima da sua cabeça e te acompanha conforme você anda. Isso acontece principalmente logo de manhã, no caminho da aula/trabalho, o que te obriga a ficar molhado o dia todo.

Para as mulheres, um sério problema em dias de chuva é o cabelo, principalmente se você fez escova ou piastra. Se molhar, você vai ficar parecendo uma louca escabelada que fugiu do hospício mais próximo. Se não fez, vai parecer que não lava o cabelo há pelo menos uma semana. Nenhuma das situações é exatamente agradável para quem tem uma imagem a zelar – como todas as mulheres.

Algo recorrente também é você sempre estar com o sapato inapropriado para dias de chuva, que você só colocou por que tinha certeza de que não ia chover, e por que a garota do tempo da TV garantiu que esta é a estação em que não chove de jeito nenhum!
Então lá está você, com o seu sapato novo, bonito, recém saído da loja, com escova no cabelo, pronta para ir a um encontro. A chuva começa, mas desta vez você está preparada, tem um guarda-chuva e continua caminhando. Ai você pisa – sem querer- em uma poça de água, olha para baixo e pensa “ah, só sujou um pouquinho, dá pra lavar quando chegar em casa”. A chuva aperta e o sapato, molhado, começa a machucar.

Ai bate uma ventania repentina e vira seu guarda-chuva ao contrário, e você leva um banho, o que estraga seu cabelo, molha suas roupas, e borra sua maquiagem. “Droga” você pensa enquanto volta correndo para casa. Assim que chega, olha para seus pés, que além de manchados da tintura do calçado (que era de boa qualidade), estão cheios de bolhas. O sapato não tem mais chance: está destruído. Você o defenestra com raiva, juntamente com o guarda-chuva, se olha no espelho e ao ver um monstro, promete para si mesmo que quando chover, só irá sair de havaianas - ou melhor, não vai nem sair de casa.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Cachorrinho de Madame

“Quanto mais convivo com os homens, mais gosto do meu cachorro” diz o velho ditado popular. Cachorros grandes, pequenos, de raça, vira-lata...seja o que for – não importa - eles são considerados animais fiéis e melhores amigos do homem. Muitas pessoas substituem filhos e até companheiros por cachorros, isso porque todos precisam de relações afetivas, nem que seja com seres caninos ao invés de humanos. Mas, há um tipo específico de cachorro que tem mais mordomias do que muita gente por aí: são os cachorrinhos de madame.

Eles são do tipo pequenos - para caber na bolsa, e peludos - para parecer de mentira – dormem no sofá, vão para o salão de beleza toda semana, possuem milhares de brinquedos, e ganham até festa de aniversário. Aliás, porque eles ganham festa de aniversário e você não? Porque você é filho, e não o amiguinho-ursinho-de-pelúcia que late de vez em quando da sua mãe.

Essa espécie é do tipo que quando sai para passear, antes de chegar na esquina da rua, se joga no gramado do vizinho e te olha com cara de “eu não dou mais nem um passo”. Ai ele curte o resto do passeio no seu colo, e aprecia a paisagem enquanto você caminha.

Outro fato engraçado é que eles se acham os reis-da-cocada-preta. Latem pra tudo e todos, inclusive para as formigas, e chamam até Rotweiller pra briga – como se não fossem virar espetinho na primeira mordida. Só não são violentos com os passarinhos, e curtem ouvir a cantoria matinal como se escutassem uma rádio – mesmo que os canarinhos estejam, na maior cara de pau, comendo todo o conteúdo do seu prato de ração folheado a ouro enquanto cantam.

Além disso, adoram ir para o salão. Tomam banho, voltam com escova feita, perfumados e cheios de laçarotes, cujas cores variam de acordo com o período do ano. E voltam parecendo...bem, parecendo mais de brinquedo ainda.

Outra coisa típica de cachorro – mas que esta espécie não faz – é colocar a cabeça para fora da janela do carro em movimento. A minha hipótese é que não fazem isso para não estragar o penteado, mas talvez seja porque eles considerem isso atitude de cachorro pobre. Claro, porque além de tudo, eles são esnobes e comeriam de garfo e faca se pudessem.

O mercado de acessórios e comida de cães sempre inventa algo novo. Outro dia vi uma roupa zebrada (que incluia o topete da zebra) para vender em uma Pet Shop. Qual a ideia? Tentar enganar os vizinhos? Dar um ar de Savana para o seu quintal? Proporcionar ao seu amigo um dia de zebra, porque afinal ele já deve estar cansado de ter um dia de cão?

Dia de cão queria ter você, deitado no sofá e com um único compromisso a vista: ir para o salão e se divertir na secadora de pelo para cachorros.

*Para quem não conhece, a secadora de pelo é uma maquina em que você coloca o cachorro dentro (parece uma máquina de lavar pratos, só que com a frente de vidro), e liga um jato de ar. Ai ele fica lá secando...secando...em geral com uma cara de "não tô entendendo nada".

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Luxos femininos

Mulheres são seres complexos e extremamente difíceis de serem entendidos. Elas choram, riem e ficam bravas – tudo ao mesmo tempo. Mas o seu principal complicador são os hormônios: ai é que tudo fica confuso. Quando têm TPM, não sabem se querem comprar um chocolate para aliviar a tensão ou uma bazuca - para acertar em cheio as fuças de quem a está incomodando.

Mas mulheres em geral são seres pacíficos, que possuindo um cartão de crédito em mãos fazem o maior estrago, e gastam o equivalente ao PIB anual de um país pequeno – por mês. Becky Bloom, personagem da escritora Sophie Kinsella é uma shopaholic incurável. Quem nunca gastou as tampas e depois se arrependeu?

Analisando-as, é possível notar comportamentos semelhantes. Diferentemente dos homens, que compram o primeiro que veêm pela frente ou o mais barato, as Athenas modernas gastam muito mais tempo em frente a uma prateleira de shampoos, observando cada rótulo, analisando cuidadosamente o que cada um diz, e lendo até aquelas letrinhas que foram feitas para não serem lidas: tudo isso, a fim de assegurar a melhor compra.

Após um passeio (não tão breve) na sessão de shampoos, as sereias de terra firme passam hoooras escolhendo um esmalte. “É tudo vermelho” afirma o namorado. “Não é não: tem os sete vermelhos da risqué, que é um diferente do outro”. Aliás, os esmaltes em geral tem nomes engraçados : beijo, sedução, garota verão, quinta avenida, invejinha, santa gula… e por ai vai.

Ai tem aquela festa super importante no fim de semana. Abrem o guarda-roupa – que diga-se de passagem está abarrotado e cuja porta nem fecha direito – e dizem categoricamente “Eu não tenho nada pra vestir!”. Nestas ocasiões, vão às compras (de novo) ou assaltam o guarda-roupa da amiga, que na opinião delas sempre tem peças mais bonitas.

Além de possuir o equivalente a uma loja pequena de roupas dentro do closet, têm sapatos para servir uma centopéia com folga – o que na opinião delas não é suficiente. Sapatilhas, havaianas, rasteirinhas, peep-toe, salto fino, salto alto, salto baixo, bota, scarpin, chanel, mocassim, anabela: só falta o famoso sapatinho de cristal! E não resistem a uma liquidação, atitude que faz o namorado, o pai ou até um amigo gay dizer "meu deus, pra que tanto sapato? Você só tem 2 pés!"

Duas situações altamente arriscadas para homens é ser obrigado a responder a uma das perguntas fatais: “Você notou algo diferente em mim?” e “Você acha que estou gorda?”. Se puder, saia correndo e gritando na direção oposta, mas nunca, nunca dê a resposta errada. Isso acaba com qualquer chance de fazer as coisas darem certo entre vocês.

Além de tudo isso, um conselho para os homens: mulheres gostam de mimadas. Não se esqueça das flores, dos bilhetinhos, das datas importantes, de abrir a porta do carro, e de elogiá-las, sempre que possível. Chocolates também são importantes. Nunca se sabe quando ela vai tirar a bazuca de dentro da bolsa (que você não entende como cabem tantas coisas) e cometer uma loucura.