quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Conversas Paralelas

Uma das coisas mais interessantes de se fazer ao andar de transporte público é observar as pessoas: o jeito como se vestem, como agem e principalmente sobre o que conversam. Algumas estão alienadas ao que se passa ao redor: vão lendo, dormindo ou ouvindo música, mas os alvos mais interessantes são os que conversam. Alguns falam alto, baixo, gritando, sussurrando, com desconhecidos, com conhecidos, com amigos. Mas que necessidade toda de falar é essa?

É engraçado por que alguns agem como se só a pessoa com quem conversam estivesse ouvindo o teor (às vezes absurdo) deste bate-papo com prazo para acabar, e não o ônibus inteiro. Outros contam sua vida inteira para alguém que acabaram de conhecer, tornam-se melhores amigos instantaneamente, trocam endereços nas redes sociais. “Você tem orkut?” ou “Você tem twitter?” são cantadas e maneiras educadas de se encerrar uma conversa. Se você está interessado, é a chance de voltar a conversar com aquela pessoa. Se não está, é uma desculpa para não dar seu telefone. Mas pelo amor de deus, por que você acha que a criatura que pega ônibus com você é a pessoa da sua vida?

Tem também sempre aquelas meninas mais escandalosas que falam do que aprontaram no fim-de-semana: “Amiga, você nem sabe!” e descorrem sobre uma lista de barbaridades, imprópria para menores, que deixa todas as velhinhas que estão por perto de cabelo em pé e todos os garotos com cara de “hm, interessante”.

Além delas, sempre tem os pré-adolescentes na saída da escola, que enlouquecem a todos, e tiram o cobrador do sério. Gritam, xingam, sentam no meio do caminho e também na porta, obrigando os que querem sair a pular por cima deles, mesmo estando com vontade de chutá-los para fora.

E para completar o caos sobre rodas, não raro se vê um casal, lá pelos seus 17 anos, que passa o trajeto todo...bem...namorando. Parece que o mundo vai acabar se eles se soltarem só um pouquinho, nem que seja para respirar - ou conversar - que é o que menos fazem.

Mas o pior de tudo é quando algum faminto-sem-noção abre um pacote de qualquer coisa que infesta o ônibus inteiro em 3 segundos. Ai você é obrigado a passar o resto do trajeto cheirando frango assado, doritos ou até um sanduíche de mortadela.

Enfim, se você se identificou com qualquer uma das situações acima, da próxima vez que estiver em um Mercedes Azul ou verde, com mais 50 pessoas, um motorista e um cobrador, não aja como se estivesse sozinho.

3 comentários:

  1. Ehhhhhhhhh isso eh mtu bom para ser observado!!! As pessoas no bus... eh bacana imaginar como eh a vida de cada uma, isso relaciona-se um pouco com o texto que escrevi sobre o que as pessoas pensam!!!
    Mas vc esqueceu uma coisa mt importante q acontece dentro do bus. Aquelas pessoas legais que nunca ouviram falar em fone de ouvido e coloca a música do celular (ou de qualquer meio eletronico) bem alto como se fosse a música número 1 para todas as pessoas!!!
    Isso eh dose!!! Pracaba!

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  2. Nossa!
    Ontem quando estava no ônibus lembrei disso. Mas aí já era tarde!

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  3. Eu sou do grupo dos anti-sociais que usam um fone de ouvido e leem ao mesmo tempo. Ou seja, passei a ignorar as outras pessoas do ônibus =P

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