segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Dias molhados

Pergunta: quantos gurda-chuvas você já perdeu? E quantos você já achou? Resposta: você já perdeu milhares, mas nunca achou nenhum dando sopa por aí. Mas então, onde vão parar todos os guarda-chuvas perdidos? Essa é uma daquelas perguntas sem resposta tipo “por que o céu é azul?”, “quem veio primeiro, o ovo ou a galinha?” e “há vida em outros planetas?”.

Mas tem algumas coisas típicas de dias de chuva. Por exemplo, quando você tem um guarda-chuva, não chove. Quando você não tem, chove - torrencialmente. E se você for comprar quando precisa, ele custa três vezes mais - ou quatro. E são altamente disputados. É a tal da lei da oferta e da procura. Ele nem é bonito, mas vende que nem pão quente. É preto e só vai durar aquele temporal. Mas nem adianta discutir, você vai comprá-lo como se fosse lindo, e vai pagar o preço de um importado.

Outra coisa incrível é o fato de só chover enquanto você está a pé (sem guarda-chuva, obviamente), indo de um lugar a outro. Antes de você sair e logo depois que você chegar, a chuva para. Parece situação de desenho animado, em que uma nuvenzinha fica em cima da sua cabeça e te acompanha conforme você anda. Isso acontece principalmente logo de manhã, no caminho da aula/trabalho, o que te obriga a ficar molhado o dia todo.

Para as mulheres, um sério problema em dias de chuva é o cabelo, principalmente se você fez escova ou piastra. Se molhar, você vai ficar parecendo uma louca escabelada que fugiu do hospício mais próximo. Se não fez, vai parecer que não lava o cabelo há pelo menos uma semana. Nenhuma das situações é exatamente agradável para quem tem uma imagem a zelar – como todas as mulheres.

Algo recorrente também é você sempre estar com o sapato inapropriado para dias de chuva, que você só colocou por que tinha certeza de que não ia chover, e por que a garota do tempo da TV garantiu que esta é a estação em que não chove de jeito nenhum!
Então lá está você, com o seu sapato novo, bonito, recém saído da loja, com escova no cabelo, pronta para ir a um encontro. A chuva começa, mas desta vez você está preparada, tem um guarda-chuva e continua caminhando. Ai você pisa – sem querer- em uma poça de água, olha para baixo e pensa “ah, só sujou um pouquinho, dá pra lavar quando chegar em casa”. A chuva aperta e o sapato, molhado, começa a machucar.

Ai bate uma ventania repentina e vira seu guarda-chuva ao contrário, e você leva um banho, o que estraga seu cabelo, molha suas roupas, e borra sua maquiagem. “Droga” você pensa enquanto volta correndo para casa. Assim que chega, olha para seus pés, que além de manchados da tintura do calçado (que era de boa qualidade), estão cheios de bolhas. O sapato não tem mais chance: está destruído. Você o defenestra com raiva, juntamente com o guarda-chuva, se olha no espelho e ao ver um monstro, promete para si mesmo que quando chover, só irá sair de havaianas - ou melhor, não vai nem sair de casa.

3 comentários:

  1. Hoje tá chovendo...esqueci o morcego em casa...hahahaha

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  2. Duas observações: primeiro, eu nunca ando sem guarda-chuva nessa cidade. Segundo, odeio quando estou de sandália ou sapatilha e ficam falando "não sabia que ia chover?"
    hauiohauia
    E "você o defenestra" foi boa...
    Beijos, Lu!

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  3. Sinceramente em 7 anos aqui na Ilha nunca usei guarda chuva, a única e primeira vez que iria usar um olhei pro lado um mulher abrir o seu e ele sair voando!!! Do outro lado uns dois mancos, graças ao leve vento da ilha. Ai pensei: "Quer saber, deixa chover e eu vou me molhar, mas não vou pagar caro por um desses e muito menos ter que comprar vários!!!"

    ps: eh impressionante como brota vendedores de guarda chuva no centro assim que começa a chuviscar!!!

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