segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Happy Holidays

“Happy holidays” é uma expressão que se ouve a cada minuto, a partir de metade de dezembro, nos Estados Unidos. Seria o famoso “Feliz Natal e próspero ano novo” aqui no Brasil, o que quer que “próspero” queira dizer. Lá, você atende o telefone e uma mocinha, do outro lado da linha, antes de mais nada fala: “Happy Holidays”, você vai ao supermercado e ao pagar suas compras (sejam elas de Natal ou não) o cara diz “Happy Holidays”, você entra no ônibus e o motorista anuncia “Happy Holidays”. Mas você está alienada, não percebe que é quase Natal e já está quase xingando por não aguentar mais ouvir essa ladainha quando se pergunta “Mas que comoção nacional é esta?”

Ai você olha no calendário e se dá conta: deve ser o tal do espírito natalino! Aquele que faz as pessoas ficarem mais simpáticas, não jogarem lixo pela janela do carro, abraçarem mendigos na rua, e até arrumar o armário. O mesmo que move todos a comprar pilhas de presentes uns para os outros, colocar meias de lã na lareira para o Papai Noel deixar os doces, e montar pinheiros de Natal (que aqui no Brasil tem enfeites brancos, imitando neve, mesmo no auge do verão).

Ai você começa a reparar naqueles fatos engraçados do Natal: mesmo que esteja 40 graus lá fora, o papai noel do shopping (e qualquer outro que você encontre) está vestindo calças compridas combinando com uma jaqueta - de mangas compridas, óbvio - e uma touquinha vermelha com pom-pom para arrematar. Pobre papai noel. Você gostaria de saber como ele consegue desejar “Feliz Natal” pela seiscentésima vez antes de desmaiar no calçadão da praia, enquanto faz publicidade e distribui pirulitos para crianças desavisadas.

Mas você acabou de brigar com seu namorado, está longe da sua família e vai passar o Holiday sozinha, o que de happy ele vai ter? Mas por ser teimosa, não dá o braço a torcer: vai até fazer uma ceia de Natal para mostrar que não se importa.

Então, após comer tudo que pode de um peru de 13kg e tomar a garrafa de vinho até o último gole também, a depressão e a ressaca pós noite de Natal passam. Ah que delícia, lá vem o ano novo. Você se empolga, compra um vestido branco, calcinhas coloridas (Hm, o que será que verde-abacate atrai?), paga carésimo num Reveillon chiquetérrimo na praia mais badalada e está lá, segurando as sandálias na mão, abraçada em uma garrafa de espumante – já quebrando a promessa de beber menos no ano que vem - esperando pela contagem regressiva – sozinha. Ou melhor: rodeada de milhares de pessoas, mas sem nenhum conhecido por perto.

Assim, depois de olhar emocionada para todos aqueles fogos de artifício coloridos, que têm um quê de ano passado, você entorna a gafarra (pra que usar a taça?), pula sete "ondinhas" – já mais pra lá do que pra cá – deseja “Feliz ano novo” para desconhecidos e apaga, ali na areia mesmo. Acorda meio enterrada - obra de crianças felizes - lá pelo meio-dia, com a maquiagem destruída, e com sua calcinha verde-abacate à mostra de todos os passantes. Nota que está usando a garrafa de espumante como travesseiro – ou âncora, não sabe ao certo – e olha para o mar, desejando que este ano seja o melhor de todos. Ou pelo menos, melhor do que o ano passado.

Um comentário:

  1. Q q eh issoooo Lu!!!!!!!!!!
    Q bad holidays.... uahuahuah
    13kg acho q foi o mais exagerado... mas se descobrir sobre a calcinha cor de abacate me avisa e ve se pra cueca eh o mesmo resultado!!! huauah
    bjus

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