sábado, 29 de agosto de 2009

Montanha-Russa

Cheguei ao parque e vi aquela montanha-russa gigantesca. Virei pra minha prima e perguntei: "E ai, vai ter coragem?" Ela riu, nervosa e disse: "Claaaro".

Fomos pra fila. Pude observar vários rostos apreensivos. Algumas pessoas estavam nervosas, e outras riam delas. Mas, por mais medo que sentissem, ninguém queria passar a vergonha de voltar pela fila. Ninguém queria desistir. Na realidade, não sei o que motiva as pessoas a fazer algo da qual elas sentem medo, às vezes pânico, só por diversão. Adrenalina? Sei lá.

Quando estava quase na nossa vez, decidimos ir no primeiro carrinho. Achamos que ia ser mais emocionante. A catraca abriu e entramos. Sentamos no banco, uma ao lado da outra. Por ser daquelas invertidas, meus pés ficaram balançando no ar. Olhei pra baixo e vi uma fina estrutura metálica. Era cinza e toda furadinha.

Fiquei nervosa. Dar loopings com os pés soltos pra cima era algo que eu não queria imaginar...Veio a monitora do parque conferir se estava tudo certo no nosso carrinho. Ela baixou a barra de proteção muito apertada. Mas vi o percurso da Montaha-russa e concluí que era melhor estar apertada mesmo..

Foi então que minha prima perguntou pra monitora:
-"Você já andou aqui na Montanha-russa?"
E ela respondeu com a maior voz de tédio possível:
-"110 vezes"
Juro que neste momento pensei em quais motivos levariam alguém a andar 110 vezes no mesmo brinquedo e não consegui pensar em nenhum...

Ela se afastou e o carrinho começou a andar. TEC TEC TEC TEC.." ok, é só a subida"...." o problema vai ser quando começar a descer"... Sinto em informar que depois do TEC TEC TEC da subida não lembro de nada muito precisamente...lembro que era rápido, que minha cabeça parecia uma bolinha de ping-pong batendo nas barras de proteção, e que eu gritava mais porquê estava doendo do que pela emoção. Lembro do looping, no qual as minhas pernas quase dobraram ao contrário. E lembro precisamente da minha prima gritando na minha orelha, o que não me permitia raciocinar direito.

Lembro que logo depois que a velocidade parou o silêncio momentâneo foi instaurado, seguido de risadas nervosas e até meio desesperadas...O carrinho seguiu e parou em cima da estrutura metálica cinza... Vi rostos ansiosos por sua vez de ter emoção...As barras de proteção se soltaram e eu desci. Eu e minha prima nos olhamos e sorrimos, com a certeza de que a outra estava pensando a mesma coisa.
Aí entramos na fila de novo.

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